sexta-feira, 7 de março de 2008

Sociologia é retirada do currículo paulista

Cabe a pergunta: por que será que querem tanto acabar com a Sociologia, com a Filosofia e com as demais disciplinas que são capazes de transformar as pessoas, de fazê-las pensar e refletir sobre nossa situação?!?

É claro que é porque criar cidadãos críticos é perigoso para os 5% que dominam os outros 95%!!!
Para eles, assim como bandido bom é bandido morto, povo bom é povo burro! E é claro que a mídia dá uma "mãozinha".



Vejam a notícia:

Na contramão de decisão federal, tucanos eliminam disciplina no ensino médio; sindicatos tentam reverter situação em 2009.

Para a atual gestão do governador José Serra (PSDBSP), a disciplina de Sociologia, no ensino médio, não tem importância na educação dos jovens. Contrariando uma norma federal elaborada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2006 – que tornou a disciplina, assim como Filosofia, obrigatória –, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo retirou por completo a Sociologia das salas de aula.

A decisão foi oficializada pela resolução 92, do dia 19 de dezembro de 2007, que reestrutura a grade curricular dos ensinos fundamental e médio paulistas.

Já as aulas de Filosofia ainda são obrigatórias no Estado. No Brasil, todos os demais 25 estados e o Distrito Federal, sem exceção, normatizaram a regra. Anteriormente, ainda no governo de Geraldo Alckmin (1999-2006), os tucanos tinham tirado a obrigatoriedade da disciplina. Lejeune de Carvalho, presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo (Sinsesp), conta que cerca de mil, das 3.750 escolas estaduais, mantinham a disciplina. Com a nova medida, que passa a valer a partir deste ano, cerca de mil pro- fissionais serão demitidos. “Para nós, a decisão é um erro grave, mais um retrocesso na qualidade da educação em São Paulo”, protesta.

Reação

Diante da nova resolução, o Sinsesp e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) buscaram apoio junto a parlamentares e ao Ministério Público Estadual (MPE). Duas reuniões com a secretária de Educação, Maria Helena Guimarães, já foram feitas. “Ela, que é socióloga, inclusive, se justifica afirmando que essa determinação já estava em andamento quando assumiu, em julho de 2007, e que está disposta a corrigir o erro”, afirma Carvalho.

Para isso, foi estabelecida uma comissão tripartite constituída pelo Sinsesp, Apeoesp e pela Secretaria, com acompanhamento de um assessor jurídico. O Grupo de Trabalho formado elaborará um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que, se assinado por todas as partes e também pelo procurador geral do MPE, tem força de lei.

No texto, Carvalho conta que a obrigatoriedade da disciplina retornará. Entretanto, os estragos da resolução 92 para 2008 já estão feitos.

“Não é possível mais reverter a situação deste ano. O TAC só passará a valer em 2009”, aponta.

A medida do governo tucano causou indignação até mesmo em sociólogos considerados alinhados ao PSDB. José de Souza Martins, em artigo publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo do dia 10, escreveu que “o movimento pela sociologia no ensino médio se arrasta sem rumo até hoje, perturbado pela compreensão pobre que dele têm os governos, as escolas e o professorado. Uns porque têm como referência uma economia de resultados, em que o bom e apropriado ensino é confundido com o número de alunos que uma escola catapulta no vestibular das boas universidades públicas”.

Para Lejeune de Carvalho, a decisão do governo tucano vai ao encontro do aprofundamento das medidas neoliberais. “Serra é o porta-vez desse modelo, e dentro dele não cabe Sociologia. É um absurdo privar a juventude do acesso ao instrumental que a nossa ciência proporciona”, finaliza.

Dafne Melo



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